Guia Completo sobre Proventos e Dividendos: Entenda como Maximizar seus Investimentos
- Rafael Santos
- 18 de fev.
- 15 min de leitura

O mercado de ações oferece diversas oportunidades para os investidores aumentarem seu patrimônio. Entre as estratégias mais populares está o investimento em empresas que distribuem proventos, especialmente na forma de dividendos.
Neste artigo, exploraremos em detalhes o universo dos proventos, com foco especial nos dividendos, e como você pode utilizá-los para construir uma carteira de investimentos sólida e rentável.
Os proventos representam uma forma de remuneração que as empresas oferecem aos seus acionistas, compartilhando parte de seus lucros ou benefícios. Existem diferentes tipos de proventos, cada um com suas particularidades e vantagens. Ao compreender essas nuances, os investidores podem tomar decisões mais informadas e alinhadas com seus objetivos financeiros.
Abordaremos desde os conceitos básicos até estratégias avançadas para aproveitar ao máximo os proventos em sua jornada de investimentos. Vamos explorar os diferentes tipos de proventos, como eles são calculados e distribuídos, aspectos tributários, e como incorporá-los em sua estratégia de investimento de longo prazo.
Prepare-se para mergulhar fundo no mundo dos proventos e descobrir como eles podem ser uma ferramenta poderosa para construir riqueza e alcançar seus objetivos financeiros. Vamos começar nossa jornada explorando os fundamentos dos proventos e sua importância no mercado de ações brasileiro.
Entendendo os Proventos: Conceitos Fundamentais
Os proventos são uma parte essencial do mercado de ações, representando uma forma de remuneração que as empresas oferecem aos seus acionistas. Essencialmente, são benefícios financeiros distribuídos pelas companhias como uma maneira de compartilhar seus lucros e sucesso com aqueles que investiram em seus negócios.
No Brasil, existem diversos tipos de proventos, cada um com suas características específicas.
Os mais comuns incluem:
Dividendos: A forma mais tradicional de provento, onde uma parte do lucro líquido da empresa é distribuída diretamente aos acionistas.
Juros sobre Capital Próprio (JCP): Uma alternativa aos dividendos que oferece vantagens fiscais para as empresas.
Bonificações: Distribuição de novas ações aos acionistas existentes, aumentando sua participação na empresa.
Direitos de Subscrição: Oportunidade oferecida aos acionistas de adquirir novas ações da empresa, geralmente a um preço vantajoso.
Cada um desses tipos de proventos tem suas particularidades em termos de cálculo, distribuição e tratamento tributário. É importante que os investidores compreendam essas diferenças para tomar decisões informadas sobre seus investimentos.
A distribuição de proventos é uma prática comum entre as empresas de capital aberto, sendo vista como um sinal de saúde financeira e compromisso com os acionistas. Empresas que mantêm uma política consistente de distribuição de proventos são frequentemente consideradas mais estáveis e atraentes para investidores de longo prazo.
Além disso, os proventos desempenham um papel crucial na estratégia de muitos investidores. Eles podem ser uma fonte de renda passiva, especialmente para aqueles que buscam fluxos de caixa regulares de seus investimentos.
Também são importantes para estratégias de reinvestimento, onde os proventos recebidos são utilizados para comprar mais ações, potencializando o crescimento do patrimônio ao longo do tempo.
É importante notar que a decisão de distribuir proventos e em que quantidade é tomada pela administração da empresa, geralmente com aprovação do conselho de administração e dos acionistas em assembleia. Esta decisão leva em conta diversos fatores, como o desempenho financeiro da empresa, suas necessidades de investimento e perspectivas futuras.
Nos próximos tópicos, exploraremos em detalhes cada tipo de provento, suas características específicas e como eles podem impactar sua estratégia de investimento. Começaremos com um olhar aprofundado sobre os dividendos, uma das formas mais populares e tradicionais de proventos no mercado brasileiro.
Dividendos: A Forma Mais Tradicional de Provento
Os dividendos são, sem dúvida, o tipo mais conhecido e tradicional de provento no mercado de ações. Eles representam uma parcela do lucro líquido de uma empresa que é distribuída diretamente aos seus acionistas.
Esta prática não apenas recompensa os investidores pela sua confiança na empresa, mas também serve como um indicador da saúde financeira e da capacidade de geração de lucros da companhia.
No Brasil, a distribuição de dividendos é regulamentada pela Lei das Sociedades por Ações (Lei nº 6.404/1976), que estabelece algumas regras importantes:
Dividendo Obrigatório: As empresas são obrigadas a distribuir uma parcela mínima de seus lucros como dividendos. Este percentual é definido no estatuto social da empresa, mas caso não esteja especificado, a lei determina um mínimo de 25% do lucro líquido ajustado.
Frequência de Distribuição: Embora muitas empresas optem por distribuir dividendos anualmente, não há uma regra fixa. Algumas companhias fazem distribuições semestrais, trimestrais ou até mesmo mensais.
Isenção Fiscal: Uma das grandes vantagens dos dividendos no Brasil é que eles são isentos de Imposto de Renda para o investidor pessoa física.
A política de dividendos de uma empresa pode variar significativamente. Algumas optam por distribuir a maior parte de seus lucros, enquanto outras preferem reter uma parcela maior para reinvestimento no negócio. Esta decisão depende de diversos fatores, como:
Estágio de crescimento da empresa
Necessidades de investimento em expansão ou novos projetos
Situação financeira e nível de endividamento
Expectativas dos acionistas e do mercado
Para os investidores, os dividendos oferecem várias vantagens:
Renda Passiva: Proporcionam um fluxo regular de renda, especialmente atraente para investidores que buscam rendimentos constantes.
Indicador de Qualidade: Empresas com histórico consistente de pagamento de dividendos são frequentemente vistas como mais estáveis e bem administradas.
Proteção contra Inflação: Em muitos casos, os dividendos podem ajudar a proteger o poder aquisitivo do investidor contra a inflação.
Reinvestimento: Os dividendos recebidos podem ser reinvestidos para comprar mais ações, potencializando o crescimento do patrimônio ao longo do tempo.
No entanto, é importante lembrar que dividendos altos nem sempre são sinônimo de boa saúde financeira. Em alguns casos, empresas podem distribuir dividendos elevados em detrimento de investimentos necessários para o crescimento futuro.
Portanto, é crucial analisar outros aspectos da empresa, como sua capacidade de geração de caixa, perspectivas de crescimento e solidez financeira.
Para avaliar o potencial de dividendos de uma empresa, os investidores frequentemente utilizam métricas como:
Dividend Yield: Representa o percentual de retorno em dividendos em relação ao preço da ação.
Payout Ratio: Indica a proporção do lucro líquido que é distribuída como dividendos.
Histórico de Pagamentos: Analisa a consistência e o crescimento dos dividendos ao longo do tempo.
Ao incorporar ações pagadoras de dividendos em sua carteira, é importante buscar um equilíbrio entre empresas com dividendos atrativos e aquelas com bom potencial de crescimento. Uma estratégia diversificada pode ajudar a maximizar os retornos e minimizar os riscos.
No próximo tópico, exploraremos outro tipo importante de provento: os Juros sobre Capital Próprio (JCP), uma alternativa aos dividendos que oferece vantagens fiscais para as empresas e tem implicações diferentes para os investidores.
Juros sobre Capital Próprio: Uma Alternativa Estratégica aos Dividendos
Os Juros sobre Capital Próprio (JCP) representam uma forma alternativa de distribuição de lucros aos acionistas, introduzida no Brasil em 1995. Embora sejam semelhantes aos dividendos em muitos aspectos, os JCP possuem características únicas que os tornam uma opção estratégica para muitas empresas.
A principal diferença entre JCP e dividendos está no tratamento contábil e fiscal:
Tratamento Contábil: Enquanto os dividendos são distribuídos após o cálculo do lucro líquido, os JCP são contabilizados como despesa financeira antes do cálculo do lucro.
Vantagem Fiscal para a Empresa: Por serem considerados despesa, os JCP reduzem a base de cálculo do Imposto de Renda e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) da empresa.
Tributação para o Investidor: Ao contrário dos dividendos, que são isentos de Imposto de Renda para pessoa física, os JCP são tributados na fonte à alíquota de 15%.
O cálculo dos JCP é baseado na aplicação da Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP) sobre o patrimônio líquido da empresa, com algumas limitações legais:
O valor dos JCP não pode exceder 50% do lucro líquido do exercício ou 50% dos lucros acumulados e reservas de lucros.
O montante não pode ser superior a 50% do maior entre o lucro líquido e os lucros acumulados e reservas de lucros.
Para as empresas, a opção pelos JCP oferece vantagens significativas:
Economia Fiscal: A redução na base de cálculo dos impostos pode resultar em uma economia substancial para a empresa.
Flexibilidade: As empresas podem optar por distribuir JCP, dividendos ou uma combinação de ambos, dependendo de sua situação fiscal e financeira.
Atratividade para Investidores: Mesmo com a tributação, os JCP podem resultar em um valor líquido maior para os acionistas em comparação com os dividendos, devido à economia fiscal da empresa.
Para os investidores, os JCP apresentam algumas considerações importantes:
Tributação: O imposto de 15% é retido na fonte, o que significa que o valor líquido creditado já está descontado do imposto.
Declaração de Imposto de Renda: Os JCP recebidos devem ser declarados no Imposto de Renda, na ficha "Rendimentos Sujeitos à Tributação Exclusiva/Definitiva".
Comparação com Dividendos: Ao avaliar o retorno de uma ação, é importante considerar tanto os dividendos quanto os JCP, levando em conta a tributação.
É comum que as empresas alternem entre o pagamento de dividendos e JCP, ou utilizem uma combinação de ambos, dependendo de sua situação fiscal e das condições de mercado.
Para o investidor, é crucial entender essas diferenças ao analisar o histórico de proventos de uma empresa e suas políticas de distribuição.
Ao construir uma carteira focada em proventos, considerar tanto os dividendos quanto os JCP pode oferecer uma visão mais completa do potencial de retorno de cada investimento.
Além disso, a diversificação entre empresas que pagam dividendos e aquelas que optam por JCP pode ajudar a otimizar o tratamento fiscal do portfólio como um todo.
No próximo tópico, abordaremos as bonificações, outro tipo importante de provento que pode impactar significativamente a posição dos acionistas e o valor de seus investimentos.
Bonificações: Aumentando sua Participação na Empresa
As bonificações representam uma forma única de provento no mercado de ações, onde a empresa distribui novas ações aos seus acionistas existentes, em vez de realizar pagamentos em dinheiro. Este processo resulta em um aumento no número de ações que cada investidor possui, sem custo adicional.
O mecanismo de bonificação funciona da seguinte maneira:
Emissão de Novas Ações: A empresa emite novas ações, aumentando seu capital social.
Distribuição Proporcional: Estas novas ações são distribuídas gratuitamente aos acionistas existentes, na proporção de suas participações atuais.
Ajuste no Preço: O preço das ações é ajustado proporcionalmente para refletir o aumento no número de ações em circulação.
As bonificações são geralmente utilizadas pelas empresas por várias razões:
Para os investidores, as bonificações oferecem algumas vantagens e considerações importantes:
Aumento da Participação: Embora o valor total do investimento permaneça o mesmo, o investidor passa a ter um número maior de ações.
Potencial de Valorização: Com um preço unitário menor, as ações podem se tornar mais atrativas para novos investidores, potencialmente levando a uma valorização futura.
Impacto nos Dividendos: Com mais ações, o investidor pode receber um valor maior em dividendos futuros, caso a empresa mantenha sua política de distribuição.
Aspectos Tributários: As bonificações não são tributadas no momento da distribuição. No entanto, é importante manter o registro do custo médio das ações para fins de cálculo de ganho de capital em uma eventual venda.
É importante notar que, embora o número de ações aumente, o valor total do investimento permanece inicialmente inalterado. Por exemplo, se uma empresa anuncia uma bonificação de 100%, um investidor que possui 100 ações passará a ter 200 ações, mas o preço de cada ação será reduzido pela metade.
Ao analisar bonificações, os investidores devem considerar:
Histórico da Empresa: Empresas com histórico consistente de bonificações podem ser atrativas para investidores de longo prazo.
Motivação da Bonificação: Entender por que a empresa está realizando a bonificação pode fornecer insights sobre sua estratégia e saúde financeira.
Impacto na Liquidez: Avaliar se a bonificação resultará em um aumento significativo na liquidez das ações.
Efeitos a Longo Prazo: Considerar como a bonificação pode afetar o crescimento futuro dos dividendos e o valor da empresa.
As bonificações também podem vir acompanhadas de desdobramentos (splits) ou grupamentos (inplits) de ações, que alteram o número de ações em circulação sem afetar o capital social da empresa.
Estes eventos podem impactar a liquidez e a acessibilidade das ações no mercado.
Para aproveitar ao máximo as bonificações, os investidores devem manter-se informados sobre os anúncios de eventos corporativos das empresas em que investem.
Isso inclui estar atento às datas importantes, como a data de corte (data com) e a data ex-bonificação.
No próximo tópico, exploraremos os direitos de subscrição, outro tipo de provento que oferece aos acionistas a oportunidade de aumentar sua participação na empresa através da compra de novas ações.
Direitos de Subscrição: Oportunidade de Aumentar sua Participação
Os direitos de subscrição representam uma oportunidade única para os acionistas existentes de uma empresa aumentarem sua participação através da compra de novas ações, geralmente a um preço vantajoso. Este mecanismo é frequentemente utilizado quando uma empresa decide aumentar seu capital social através da emissão de novas ações.
O processo de subscrição funciona da seguinte maneira:
Anúncio da Emissão: A empresa anuncia a emissão de novas ações e as condições da oferta.
Direito Preferencial: Os acionistas existentes recebem o direito preferencial de comprar as novas ações, geralmente na proporção de sua participação atual.
Preço de Subscrição: O preço das novas ações é frequentemente definido abaixo do valor de mercado atual, oferecendo um desconto aos acionistas.
Período de Exercício: Os acionistas têm um prazo determinado para exercer seus direitos de subscrição.
Os direitos de subscrição oferecem várias vantagens e considerações para os investidores:
Oportunidade de Desconto: A chance de adquirir ações a um preço inferior ao de mercado.
Manutenção da Participação: Permite que os acionistas mantenham sua proporção de propriedade na empresa após a diluição que ocorreria com a emissão de novas ações.
Potencial de Valorização: Se o investidor acredita no potencial de crescimento da empresa, a subscrição pode ser uma oportunidade de aumentar sua exposição a um preço atrativo.
Flexibilidade: Os acionistas podem escolher exercer seus direitos, vendê-los no mercado, ou simplesmente não participar da oferta.
Ao avaliar uma oferta de subscrição, os investidores devem considerar:
Preço da Oferta: Comparar o preço de subscrição com o valor de mercado atual das ações.
Motivo da Captação: Entender por que a empresa está levantando capital e como planeja utilizar os recursos.
Impacto na Diluição: Avaliar como a não participação na oferta afetaria sua participação proporcional na empresa.
Capacidade Financeira: Considerar se tem recursos disponíveis para participar da oferta sem comprometer sua estratégia de investimento global.
Perspectivas da Empresa: Analisar as perspectivas de crescimento e rentabilidade futura da empresa.
É importante notar que os direitos de subscrição têm um valor intrínseco e podem ser negociados separadamente das ações durante o período da oferta. Isso permite que os acionistas que não desejam ou não podem exercer seus direitos os vendam no mercado.
Para participar de uma oferta de subscrição, os investidores geralmente precisam seguir estes passos:
Manifestar Interesse: Informar à corretora sobre a intenção de participar da oferta.
Reserva de Recursos: Garantir que há recursos suficientes na conta para cobrir o valor da subscrição.
Exercício dos Direitos: Formalizar o exercício dos direitos dentro do prazo estipulado.
Recebimento das Novas Ações: Após o encerramento da oferta, as novas ações são creditadas na conta do investidor.
Os direitos de subscrição podem ser uma ferramenta poderosa para investidores que desejam aumentar sua participação em empresas nas quais já investem e confiam.
No entanto, é crucial avaliar cada oferta cuidadosamente, considerando tanto as oportunidades quanto os riscos envolvidos.
No próximo tópico, abordaremos as estratégias para incorporar os diferentes tipos de proventos em uma carteira de investimentos diversificada e alinhada com seus objetivos financeiros.
Estratégias para Maximizar os Benefícios dos Proventos
Incorporar proventos em sua estratégia de investimento pode ser uma maneira eficaz de construir riqueza a longo prazo e gerar renda passiva.
No entanto, é importante abordar essa estratégia de forma inteligente e equilibrada. Aqui estão algumas estratégias-chave para maximizar os benefícios dos proventos em sua carteira de investimentos:
1. Diversificação Setorial:
Invista em empresas de diferentes setores da economia.
Isso ajuda a mitigar riscos e aproveitar oportunidades em diversos segmentos do mercado.
Considere setores tradicionalmente pagadores de bons proventos, como utilities, bancos e empresas de bens de consumo.
2. Balanceamento entre Crescimento e Renda:
3. Reinvestimento de Proventos:
Considere reinvestir automaticamente os proventos recebidos.
Esta estratégia aproveita o poder dos juros compostos para acelerar o crescimento do seu patrimônio.
4. Análise Fundamentalista:
Não se baseie apenas no histórico de pagamento de proventos.
Avalie a saúde financeira da empresa, sua capacidade de geração de caixa e perspectivas de crescimento.
5. Atenção ao Payout Ratio:
Busque empresas com um payout ratio sustentável (geralmente entre 30% e 60%).
Um payout muito alto pode indicar que a empresa está distribuindo mais do que deveria, comprometendo seu crescimento futuro.
6. Considere o Ciclo Econômico:
Algumas empresas mantêm pagamentos de proventos mais estáveis durante ciclos econômicos negativos.
Inclua estas empresas em sua carteira para maior estabilidade.
7. Utilize ETFs de Dividendos:
ETFs focados em dividendos podem oferecer uma maneira simples de diversificar sua exposição a ações pagadoras de proventos.
8. Monitoramento Constante:
Acompanhe regularmente o desempenho das empresas em sua carteira.
Esteja preparado para ajustar suas posições se as fundamentais da empresa mudarem significativamente.
9. Estratégia de Acumulação:
Considere acumular posições em empresas com histórico consistente de crescimento de proventos.
Isso pode resultar em um fluxo de renda crescente ao longo do tempo.
10. Atenção às Datas Ex-Dividendo:
Fique atento às datas ex-dividendo para garantir que você seja elegível para receber os proventos.
Evite comprar ações apenas para capturar dividendos de curto prazo, pois isso geralmente não é uma estratégia eficaz.
11. Considere o Tratamento Fiscal:
Lembre-se que dividendos são isentos de imposto de renda, enquanto JCP são tributados.
Planeje sua carteira considerando o impacto fiscal dos diferentes tipos de proventos.
12. Avalie o Yield on Cost:
Considere o "yield on cost" (rendimento sobre o custo) ao avaliar investimentos de longo prazo.
Este métrica leva em conta o preço que você pagou pelas ações, não o preço atual de mercado.
13. Diversificação Geográfica:
14. Balanceamento Periódico:
Rebalanceie sua carteira periodicamente para manter a alocação desejada entre ações de crescimento e pagadoras de proventos.
15. Paciência e Perspectiva de Longo Prazo:
Lembre-se que o poder dos proventos se manifesta principalmente no longo prazo.
Mantenha uma perspectiva de longo prazo e evite decisões impulsivas baseadas em flutuações de curto prazo do mercado.
Ao implementar essas estratégias, é crucial lembrar que cada investidor tem objetivos, tolerância a risco e horizonte de investimento únicos.
Portanto, é importante adaptar essas estratégias à sua situação pessoal e, se necessário, buscar o aconselhamento de um profissional financeiro qualificado.
No próximo tópico, discutiremos como avaliar a qualidade dos proventos e identificar empresas com potencial para manter e aumentar suas distribuições no longo prazo.
Avaliando a Qualidade dos Proventos: Indicadores-Chave
Para construir uma carteira de investimentos sólida focada em proventos, é crucial saber avaliar a qualidade e a sustentabilidade dos pagamentos realizados pelas empresas. Isso vai além de simplesmente olhar para o dividend yield atual. Aqui estão alguns indicadores-chave e fatores a considerar ao avaliar a qualidade dos proventos:
1. Consistência Histórica:
Analise o histórico de pagamentos de proventos da empresa nos últimos 5 a 10 anos.
Busque empresas que mantiveram ou aumentaram seus pagamentos ao longo do tempo, especialmente durante períodos econômicos desafiadores.
2. Taxa de Crescimento dos Proventos:
Observe a taxa de crescimento anual dos proventos.
Um crescimento consistente acima da inflação é um bom indicador de saúde financeira e compromisso com os acionistas.
3. Payout Ratio:
Calcule a proporção do lucro líquido que está sendo distribuída como proventos.
Um payout ratio sustentável geralmente fica entre 30% e 60%, dependendo do setor.
Payout ratios muito altos podem indicar que a distribuição não é sustentável a longo prazo.
4. Cobertura de Dividendos:
Este é o inverso do payout ratio e indica quantas vezes o lucro cobre os dividendos pagos.
Uma cobertura superior a 2 é geralmente considerada segura.
5. Fluxo de Caixa Livre:
Verifique se a empresa gera fluxo de caixa livre suficiente para cobrir os proventos.
Proventos pagos com dívida ou venda de ativos não são sustentáveis a longo prazo.
6. Retorno sobre o Patrimônio Líquido (ROE):
Um ROE alto e consistente indica que a empresa é eficiente em gerar lucros a partir do capital dos acionistas.
Empresas com ROE alto têm mais flexibilidade para pagar proventos e reinvestir no negócio.
7. Dívida e Alavancagem:
Analise o nível de endividamento da empresa.
Empresas muito alavancadas podem ter dificuldades em manter os pagamentos de proventos em tempos difíceis.
8. Margem de Lucro:
Empresas com margens de lucro maiores e mais estáveis têm mais flexibilidade para manter pagamentos de proventos consistentes.
9. Vantagens Competitivas:
Avalie se a empresa possui vantagens competitivas sustentáveis que possam proteger suas margens e lucros no longo prazo.
10. Ciclo de Negócios:
Considere como o ciclo econômico afeta os negócios da empresa e sua capacidade de manter os proventos.
11. Política de Proventos:
Verifique se a empresa tem uma política clara e consistente de distribuição de proventos.
Algumas empresas estabelecem metas de payout ratio ou de crescimento de proventos.
12. Qualidade da Gestão:
Avalie o histórico da equipe de gestão em termos de alocação de capital e compromisso com os acionistas.
13. Regulação Setorial:
Em setores regulados, como utilities, considere o impacto potencial de mudanças regulatórias nos proventos futuros.
14. Crescimento do Negócio:
Analise as perspectivas de crescimento da empresa. Um negócio em crescimento tem mais potencial para aumentar os proventos no futuro.
15. Dividend Yield vs. Média do Setor:
Compare o dividend yield da empresa com a média do seu setor.
Um yield muito acima da média do setor pode indicar riscos não percebidos pelo mercado.
Ao avaliar esses indicadores, é importante considerar:
Contexto Setorial: Diferentes setores têm características distintas em termos de distribuição de proventos.
Tendências de Longo Prazo: Olhe para tendências de longo prazo, não apenas para números de um único ano.
Análise Comparativa: Compare a empresa com seus pares no mesmo setor.
Fatores Qualitativos: Além dos números, considere fatores qualitativos como posicionamento de mercado e inovação.
Lembre-se que nenhum indicador deve ser analisado isoladamente. Uma avaliação abrangente considera múltiplos fatores para formar uma visão completa da qualidade e sustentabilidade dos proventos de uma empresa.
No próximo tópico, discutiremos como construir e gerenciar uma carteira diversificada focada em proventos, equilibrando risco e retorno para alcançar seus objetivos financeiros de longo prazo.
Construindo uma Carteira Diversificada Focada em Proventos
Criar uma carteira de investimentos focada em proventos requer um equilíbrio cuidadoso entre buscar rendimentos atrativos e manter um nível adequado de diversificação e gestão de riscos. Aqui estão algumas etapas e considerações importantes para construir uma carteira diversificada e eficiente:
1. Definição de Objetivos:
Estabeleça claramente seus objetivos financeiros: geração de renda, crescimento de capital, ou uma combinação de ambos.
Determine seu horizonte de investimento e tolerância ao risco.
2. Alocação de Ativos:
Divida seus investimentos entre diferentes classes de ativos: ações, fundos imobiliários, títulos de renda fixa.
A proporção dependerá de seus objetivos e perfil de risco.
3. Diversificação Setorial:
Invista em empresas de diferentes setores da economia para reduzir o risco específico.
Considere setores tradicionalmente pagadores de bons proventos, como utilities, bancos, e bens de consumo, mas não se limite a eles.
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